Relaxar, Meditar, Ler, Trabalhar, estudar, Dormi. Certas músicas são apropriadas para meditar, ler, pois podem ajudar a mente a desacelerar e iniciar a resposta de relaxamento. músicas pacíficas funcionam para todos. Música sem estrutura pode ser irritante ou até perturbadora. Música suave com uma melodia familiar com mais frequência é reconfortante. encontre o que produz em voce uma sensação de calma, relaxante. Os sons da natureza complementa .
quinta-feira, 27 de janeiro de 2022
LTA LTB como funciona ? Independencia Financeira
terça-feira, 25 de janeiro de 2022
Suporte e Resistencia Para nao sair mais da sua Mente Independencia Fi...
Os conceitos de suporte e resistência
são alguns dos tópicos mais importantes relacionados à análise técnica dos
mercados financeiros. São utilizados em praticamente qualquer mercado, seja de
ações, forex, ouro ou criptomoedas.
Embora sejam conceitos simples de
entender, na verdade são difíceis de dominar. Identificá-los pode ser muito
subjetivo, eles funcionam de maneira diferente dependendo das condições do
mercado e é necessário entender seus diferentes tipos. Mas, acima de tudo, é
importante estudar muitos tipos de gráficos.
O que são o suporte e a resistência?
Considerando um ponto de vista mais
básico, suporte e resistência são conceitos simples. O preço chega a um nível
que é incapaz de ultrapassar, como se esse nível fosse um tipo de barreira. No
caso do suporte, o preço chega a um “piso” (valor mínimo), enquanto na
resistência, o preço chega a um “teto”. Basicamente, você pode entender o
suporte como uma zona de demanda e a resistência como uma zona de oferta.
Tradicionalmente, suporte e resistência
são indicados como linhas, mas os casos do mundo real geralmente não são tão
precisos. Lembre-se; os mercados não são guiados por leis físicas que os impede
de violar um nível específico. É por isso que pode ser mais vantajoso pensar em
suporte e resistência como áreas. Você pode pensar nessas áreas como intervalos
em um gráfico de preços que provavelmente irá gerar maior atividade dos
traders.
Vejamos um exemplo de nível de suporte.
Observe que o preço entrou várias vezes na área em que o ativo era comprado.
Depois que a área foi testada várias vezes, uma faixa de suporte foi formada.
Como os Bears (vendedores) não conseguiram empurrar o preço ainda mais para
baixo, ele eventualmente saltou – potencialmente iniciando uma nova tendência
de alta.
Preço
atingindo região de suporte antes de tendência de alta.
Agora vamos avaliar um nível de resistência. Como podemos ver, o preço
apresentava uma tendência de baixa. Mas após cada salto, ele não conseguiu
atravessar a mesma região, em várias tentativas. O nível de resistência é
formado porque os Bulls (compradores) não conseguiram obter o controle do
mercado e elevar o preço. Dessa forma, a tendência de baixa se manteve.
Preço incapaz de
ultrapassar região de resistência.
Como traders podem usar os níveis de suporte e resistência
Analistas técnicos usam os níveis de
suporte e resistência para identificar áreas de interesse em um gráfico de
preços. Ou seja, são os níveis em que a probabilidade de reversão ou pausa da
atual tendência pode ser maior.
A psicologia de mercado desempenha um
papel fundamental na formação dos níveis de suporte e resistência. Traders e
investidores se lembrarão de níveis de preços que anteriores, em que observaram
um aumento nos juros e nas atividades de trading. Como muitos traders podem
estar atentos aos mesmos níveis, essas áreas podem proporcionar um aumento da
liquidez. Isso geralmente torna as zonas de suporte e resistência ideais para
grandes traders (conhecidos como baleias), ao entrar ou sair de posições.
Suporte e resistência são
conceitos-chave quando se trata de um gerenciamento de riscos adequado. A
capacidade de identificar consistentemente essas zonas pode apresentar
oportunidades de trade favoráveis. Normalmente, duas coisas podem acontecer
quando o preço atinge uma área de suporte ou resistência. Ou o preço se afasta
da área ou ele a ultrapassa e continua na direção da tendência – possivelmente
até a próxima área de suporte ou resistência.
Entrar em um trade perto de um nível de
suporte ou de resistência pode ser uma boa estratégia. Principalmente devido à
proximidade relativa do ponto de invalidação – onde geralmente colocamos uma
ordem stop-loss. Se a área for violada e o trade for invalidado, os traders
podem reduzir suas perdas e sair da posição com menos prejuízo. Nesse sentido,
quanto mais distante a entrada estiver da zona de oferta ou demanda, mais
distante estará o ponto de invalidação.
Outro ponto a considerar é como esses
níveis podem reagir à mudança de contexto. Como regra geral, uma área de
suporte pode se transformar em uma área de resistência quando ultrapassada. Por
outro lado, se uma área de resistência for ultrapassada, mais tarde ela poderá
se transformar em um nível de suporte, quando for testada novamente. Esses
padrões são chamados de support-resistance flip (inversão suporte-resistência).
Área de suporte é
ultrapassada e se converte em área de resistência ao ser retestada.
O fato de a zona de suporte anterior,
agora atuar como resistência (ou vice-versa), confirma o padrão. Sendo assim, o
reteste da área pode ser um local favorável para abrir uma posição.
Outra fator a se considerar é a força
de uma área de suporte ou resistência. Normalmente, quanto mais o preço cair e
mais vezes testar uma área de suporte, maior a probabilidade de que o preço
rompa a zona de suporte e continue caindo. Da mesma forma, quanto mais vezes o
preço aumentar e testar novamente uma área de resistência, maior será a
probabilidade de que ele rompa a resistência e continue subindo.
Até aqui, analisamos como o suporte e a
resistência funcionam quando se trata da ação de preços. Mas que outros tipos
de suporte e resistência existem por aí? Vamos analisar alguns deles.
Suporte e resistência – fatores psicológicos
Nossa primeira análise será sobre o
tipo de suporte/resistência que considera os fatores psicológicos. Essas áreas
não apresentam, necessariamente, correlação com nenhum padrão técnico, mas
existem devido à maneira que a mente humana tenta entender o mundo.
Vivemos em um ambiente incrivelmente
complexo. Sendo assim, tentamos inadvertidamente simplificar o mundo à nossa
volta para que possamos entendê-lo melhor – isso inclui arredondamento de
números. Alguma vez você já sentiu vontade de comer 0,7648 de uma maçã? Ou
pediu 13.678.254 grãos de arroz a um comerciante?
Existe um efeito semelhante nos
mercados financeiros, especialmente presente em atividades de trading de
criptomoedas, que envolvem unidades digitais facilmente divisíveis. A compra de
um ativo por 8,0674 e venda por $9,9765 não é processado da mesma forma que a
compra por $8 e venda por $10. É por isso que os números inteiros também podem
atuar como suporte ou resistência em um gráfico de preços.
Bem, se fosse assim tão fácil! Este
fenômeno ficou conhecido ao longo dos anos. Alguns traders tentam se “afastar”
de áreas de suporte ou resistência que claramente apresentam fatores
psicológico envolvidos. “Se afastar”, neste caso, significa criar ordens logo
acima ou abaixo de uma área de suporte ou resistência prevista.
Veja o exemplo abaixo. À medida que o
DXY se aproxima de 100, alguns traders fazem ordens de venda logo abaixo desse
nível para garantir que essas ordens sejam preenchidas. Como muitos traders
esperam uma reversão no ponto 100 e muitos ultrapassam o nível, o mercado nunca
chega a esse valor e sofre uma reversão um pouco antes.
US Dollar Index (DXY)
apresentando uma reversão antes de atingir o valor de 100.
Linhas de tendência de suporte e resistência
Se você leu o artigo padrões clássicos
de gráficos, saberá que os padrões também atuarão como barreiras para o preço.
No exemplo abaixo, um triângulo ascendente mantém o preço contido até que o
padrão ultrapasse a linha de resistência.
Linhas de tendência
atuando como suporte e resistência para o S&P 500.
Você pode usar esses padrões para obter
vantagens, identificando áreas de suporte e resistência que coincidem com as
linhas de tendência. Eles podem ser especialmente úteis caso você consiga
identificá-los mais cedo, antes que o padrão seja totalmente desenvolvido.
Média móvel de suporte e resistência
Muitos indicadores também podem
fornecer suporte ou resistência quando eles interagem com o preço.
Um dos exemplos mais simples disso são
as médias móveis. Como uma média móvel atua como suporte ou resistência ao
preço, muitos traders a utilizam como um medidor da saúde geral do mercado. As
médias móveis também podem ser úteis na identificação de reversões de tendência
ou pivot points (pontos pivot).
Média móvel de 200
semanas atuando como suporte para o preço do ativo.
Suporte e resistência – Fibonacci
Os níveis descritos pela ferramenta de
retração de Fibonacci também podem atuar como suporte e resistência.
No exemplo abaixo, o nível de Fibonacci
de 61,8% atua como suporte várias vezes, enquanto o nível de 23,6% atua como
resistência.
Níveis de Fibonacci
atuando como suporte e resistência para o preço
O que é confluência em análise técnica?
Até agora, discutimos o que são suporte
e resistência e alguns de seus diferentes tipos. Mas qual é a maneira mais
eficaz de usá-los em estratégias de trading?
É fundamental entender o conceito de
confluência. Confluência é quando uma combinação de várias estratégias é usada
em conjunto para criar uma única estratégia resultante. Os níveis de suporte e
resistência tendem a ser mais fortes quando se enquadram em várias dessas
categorias que discutimos.
Vamos avaliar isso através de dois
exemplos. Qual potencial zona de suporte você acha que tem mais chance de
atuar, de fato, como suporte?
Suporte 1 coincide com:
· uma zona de resistência anterior
· uma importante média móvel
· um nível de Fibonacci 61,8%
· valor do preço com número inteiro
Suporte 2 coincide com:
· uma zona de resistência anterior
· valor do preço com número inteiro
Se você prestou atenção, deve ter
respondido corretamente que o Suporte 1 tem mais chances de manter o preço.
Embora isso possa ser verdade, o preço também pode acabar aumentando. O ponto é
que a probabilidade do Suporte 1 atuar, de fato, como suporte é maior.
Considerando tudo o que foi dito, não existem garantias quando se trata de
trading. Embora os padrões de trading possam ser úteis, desempenhos passados
não garantem um desempenho futuro, portanto, você deve estar preparado para
todos os possíveis resultados.
Historicamente, as configurações
confirmadas por múltiplas estratégias e indicadores tendem a fornecer as
melhores oportunidades. Alguns traders de confluência bem-sucedidos podem ser
muito exigentes quanto às configurações em que entram – e isso geralmente
envolve muita paciência. No entanto, quando eles entram em trades, suas
estratégias apresentam maior probabilidade de sucesso.
De qualquer forma, o gerenciamento de
riscos é sempre essencial para proteger seu capital contra movimentos
desfavoráveis dos preços. Mesmo as mais sólidas estratégias, com os melhores
pontos de entrada, têm chances de falhar. É importante considerar a
possibilidade de vários cenários, para que você não se depare com falsos
breakouts ou Bull e Bear traps (armadilhas relacionadas aos sentimentos de alta
ou baixa do mercado).
Considerações finais
Independentemente se você faz day
trading ou swing trading, suporte e resistência são conceitos fundamentais
quando se trata de análise técnica. O suporte atua como um piso para o preço,
enquanto a resistência atua como um teto.
Podem existir diferentes formas de
suporte e resistência e algumas são baseadas na interação do preço com
indicadores técnicos. As zonas de suporte e resistência mais confiáveis tendem
a ser as confirmadas por múltiplas estratégias.
terça-feira, 4 de janeiro de 2022
segunda-feira, 19 de julho de 2021
sábado, 15 de maio de 2021
sábado, 17 de abril de 2021
Santorini, a Mais Famosa Ilha Grega com lindas musicas Relaxantes
sábado, 27 de março de 2021
A Constituição Federal de 1988: entenda o que diz a Constituição Cidadã !
A Constituição Federal de 1988: entenda o que diz a Constituição Cidadã!
Publicado em 6 de novembro de 2018
Entenda o contexto histórico da Constituição Cidadã e sua relevância hoje, quando já tem 30 anos de existência
Manifestação das Diretas Já em Brasília. Foto: Agência Brasil (arquivo).
Manifestação das Diretas Já em Brasília. Foto: Agência Brasil (arquivo).
Você está em uma trilha de conteúdos sobre as constituições brasileiras. Veja os demais textos desta trilha:
Introdução – 1824 – 1891 – 1934 – 1937 – 1946 – 1967 – 1988
E chegamos aos nossos dias! A Constituição (CF) de 1988, conhecida como Constituição Cidadã, é a que rege todo o ordenamento jurídico brasileiro hoje. Desde a independência do Brasil em 1822, é a sétima constituição que nosso país tem – e a sexta desde que somos uma República. A CF/88 faz 30 anos em 2018 e é um marco aos direitos dos cidadãos brasileiros, por garantir liberdades civis e os deveres do Estado. Em 05 de outubro de 1988, sua promulgação foi marcada pelo discurso do então deputado federal e participante da Assembleia Constituinte, Ulysses Guimarães:
“A Constituição pretende ser a voz, a letra, a vontade política da sociedade rumo à mudança. Que a promulgação seja nosso grito: Muda para vencer! Muda, Brasil!”
Vamos aprender como chegamos até essa Constituição?
Mas antes, você também pode baixar nosso infográfico sobre as constituições brasileiras.
infográfico - constituições
Contexto: auge e declínio da ditadura militar
Para começar, vamos voltar um pouco e estudar mais sobre o regime militar e o período que antecedeu a volta da democracia no Brasil. O Regime Militar pode ser didaticamente dividido em 2 fases: a de expansão do autoritarismo (1964-1974) e a de abertura política (1974-1985).
A expansão do autoritarismo (1964 – 1974)
Quanto a essa primeira fase, cabe destacar que o sistema partidário do país foi extinguido pelo AI-2, que determinou o fim dos partidos até então existentes. Após esse decreto, as autoridades federais permitiram a formação de dois novos partidos: a ARENA (Aliança Renovadora Nacional), que apoiava o governo, e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), que o combatia. A ARENA era amplamente majoritária no Congresso e dispunha de total apoio oficial do governo, enquanto o MDB estava permanentemente ameaçado de ter seus deputados e senadores cassados.
Nessa época já aumentava a resistência à ditadura, apesar da repressão e da censura à imprensa. Apesar de grande parte dos opositores do regime terem optado pelo silêncio, muitos se aliaram ao MDB como forma de resistência àquela situação de controle nacional por parte dos militares, enquanto outros optaram pela realização de movimentos de guerrilha urbana. Entretanto, a luta armada acabou por fortalecer o regime, pois deu-lhe a oportunidade de criar métodos cruéis no combate aos opositores, tais como a tortura, prisão política e, não raro, assassinatos. Os protestos estudantis também foram marcantes. Um acontecimento notável foi o assassinato do estudante Edson Luís pela polícia, a tiros, durante uma manifestação no Rio de Janeiro.
Entre as personalidades políticas, a oposição ao regime se deu através da Frente Ampla. Políticos como Juscelino Kubitschek, João (no exílio) e até mesmo Carlos Lacerda se organizaram nesse movimento, que acabou extinto em 1968 pelo general Costa e Silva. Não parece estranho que Lacerda, que colaborou com a ascensão dos militares ao poder, tenha passado para a resistência ao regime? De fato, essa mudança de postura foi muito recorrente entre os que apoiaram a implantação da ditadura. Muita gente se assustou com a longa permanência dos militares no poder e com o caráter cada vez mais violento do regime. Essa situação levou Lacerda a afirmar: “na medida em que ajudei esses aventureiros a tomarem o poder, tenho o dever de mobilizar o povo para corrigir esse erro do qual participei”.
O “milagre econômico”
Ao se falar sobre a fase de expansão do autoritarismo, é impossível não abordar o famoso milagre econômico. No governo do general Emílio Garrastazu Médici (1969-1974), foram comuns os slogans de “ninguém segura este país”, “este é um país que vai pra frente” ou ainda, “Brasil: ame-o ou deixe-o”. Durante esse governo, tivemos um crescimento econômico sem precedentes na história brasileira, que nos levou ao status de país campeão de crescimento econômico mundial na década de 1970 e que fez com que nosso PNB (Produto Nacional Bruto) chegasse a ser o décimo do mundo.
As causas para esse “milagre” foram internas e, principalmente, externas. O governo concedeu, nesse período, muitos incentivos fiscais, favorecendo novos investimentos por parte de empresários brasileiros, além de investir vultosos recursos em nossa economia. Mas os principais responsáveis por esse crescimento foram fatores externos.
No início dos anos 1970, o comércio internacional entrou em uma fase muito dinâmica, de modo que as exportações brasileiras aumentaram muito, colaborando muito para o crescimento. Além disso, as autoridades concederam uma vasta gama de privilégios às multinacionais, que passaram a investir em peso no Brasil. Enquanto isso, os bancos internacionais concediam empréstimos gigantescos, o que também alimentou esse rápido crescimento na economia brasileira.
O período do milagre foi, habilidosamente, explorado pelos governos militares, por meio de grandes propagandas em prol do regime. A vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1970 acabou se tornando um verdadeiro ícone desse momento de nacionalismo e otimismo. Foi também nessa época que foram construídas obras públicas faraônicas, como a Transamazônica, a ponte Rio-Niterói e a Usina Hidrelétrica de Itaipu. Os projetos-impacto, de grande efeito propagandístico para o regime, também estavam presentes, como o Mobral (para alfabetização de adultos) e o Rondon (para assistência médico-sanitária a populações carentes).
O fim do “milagre”
Apesar desse crescimento ter de fato ocorrido, em poucos anos a economia brasileira entrou em declínio e o milagre econômico ruiu. O quadro de recessão que surgiu após esse período de crescimento acelerado continuou após o fim do Regime Militar, mantendo-se até o final do século XX e início do século XXI. A classe média, que durante o milagre podia comprar automóveis, televisão a cores e equipamentos de som, passou a ter que fazer filas nos supermercados e açougues para comprar alimentos, antes que a hiperinflação corroesse o valor da moeda.
Uma das causas para o fim do milagre foi a falta de preocupação com os aspectos sociais do país. Em outras palavras, o crescimento não trouxe desenvolvimento. Isso porque a esmagadora maioria dos brasileiros não se beneficiou do crescimento econômico, de forma que as camadas mais ricas, nessa época, tenham ficado mais ricas, enquanto as mais pobres permaneceram na pobreza.
Quando a euforia da economia mundial se conteve, a partir da crise do petróleo de 1973, as nossas exportações caíram. Para que nossas indústrias continuassem a vender seus produtos, seria necessário um grande mercado interno, o que não era o nosso caso. A classe média, a essa altura, já possuía um excesso de bens de consumo duráveis, tais como automóveis e televisões, e não tinha mais condições de consumir a grande quantidade de produtos que entrava diariamente no mercado. Já a classe baixa, que nunca teve condições de consumir esses bens de consumo, não poderia fazê-lo agora, por causa dos baixos salários.
As consequências dessa queda de consumo foram a produção industrial estagnada, arrocho salarial da classe média (quando os reajustes não acompanham a inflação), desemprego generalizado, inflação galopante (quando os preços sobem muito e rapidamente) e dívida externa absurdamente elevada.
Diante desse cenário, o regime militar recorreu a uma intensa privatização do Estado, na tentativa de deslocar os prejuízos da recessão para o setor privado. Isso permitiu que pequenos grupos econômicos controlassem segmentos do Estado buscando seu exclusivo benefício, o que ajudou a estagnar o desenvolvimento brasileiro e acabou por agravar a crise, que se estendeu por muitos anos após o fim do regime. Foi nessa época que surgiram as raízes das privatizações de que tanto ouvimos falar hoje.
A abertura política
Ernesto Geisel, quarto presidente durante a ditadura militar. Foto em domínio público.
Ernesto Geisel, quarto presidente durante a ditadura militar. Foto em domínio público.
A partir do governo Ernesto Geisel (1974-1979), percebeu-se que se a ditadura continuasse como estava, a insatisfação ficaria tão generalizada que poderia levar à sua queda. Isso porque a economia só se deteriorava com o fim do “milagre”, a sociedade civil estava cansada da falta de liberdade política e as Forças Armadas começavam a se desgastar devido à sua longa permanência no poder.
Assim, o governo optou por promover a abertura política – nas palavras de Geisel, “distensão lenta, gradual e segura”. É importante ressaltar que essa liberalização do regime não visava restabelecer a democracia no Brasil, mas sim dar condições ao regime de sobreviver em uma época de dificuldades políticas e econômicas.
Desse modo, a repressão policial aos poucos diminuiu, os atos institucionais foram suspensos, o movimento estudantil se reorganizou, o sistema eleitoral foi democratizado, a imprensa se libertou da censura, os exilados e presos políticos foram anistiados (perdoados) e permitiu-se a formação de novos partidos políticos.
Em meio à liberação de novos partidos, ocorrida em 1979, os que apoiavam o governo – antiga ARENA – permaneceram unidos em um único partido, o PDS (Partido Democrático Social), enquanto o MDB se dividiu em PMDB (Partido do Movimento Democrático Brasileiro), PT (partido dos Trabalhadores) e outros.
Sobre a Lei da Anistia, aprovada em 1979, é importante dizer que não somente os presos e exilados políticos foram anistiados, mas também os agentes de órgãos de segurança do Estado que cometeram crimes de abuso do poder, tortura e assassinato.
No ano de 1980, foi aprovada emenda constitucional que restabelecia as eleições diretas para governador. Isso mostra que as proporções da abertura política estavam aumentando, o que desagradava grupos mais conservadores. O episódio do Riocentro é um ícone dessa época do país: no feriado do dia do trabalho, militares ligados aos órgãos de repressão tentaram, sem sucesso, explodir uma bomba em um show que contaria com a presença de grandes nomes da música popular e milhares de pessoas. Por um “acidente de percurso”, a bomba explodiu no colo do sargento, matando-o e ferindo gravemente o capitão que estava ao seu lado em um carro.
Esse episódio contribuiu muito para o desgaste do governo, inclusive entre os próprios militares. Não é exagerado dizer que apressou o fim do regime. A oposição se intensificou, endurecendo sua posição, e seu movimento mais significativo foi a famosa campanha das Diretas Já, que começou depois que o deputado Dante de Oliveira apresentou projeto de emenda constitucional que instituiria eleições diretas para presidente em 1984. O projeto não foi aprovado no Congresso, devido a uma mobilização do PDS e particularmente do então presidente desse partido, o senador . A participação popular na Diretas foi imensa, de modo que até hoje é considerado um dos maiores movimentos de massas já visto na história do Brasil.
Mesmo com a pressão popular, as eleições para presidente de 1985 foram indiretas (o Congresso escolheu o presidente). O PMDB lançou como candidato à presidência o governador de Minas Gerais Tancredo Neves e à vice-presidência, José Sarney, que se desligou do PDS e se filiou ao PMDB. Enquanto isso, o PDS escolheu como candidato Paulo Maluf.
A opinião pública apoiou abertamente a candidatura de Tancredo, que acabou sendo eleito pelo Colégio Eleitoral. Assim, sua vitória acendeu muitas esperanças. Surgiu, nessa época, a expressão “Nova República” para denominar o regime que substituiria a ditadura militar. Significava a esperança de que, a partir do restabelecimento da democracia, caminhássemos para uma condição de menor desigualdade social, crescimento econômico e combate à corrupção e à inflação.
E então, subitamente veio a doença e a morte de Tancredo. Perplexa, a população assistiu à posse de Sarney para a presidência da República. Sarney havia apoiado a ditadura, fora senador pela ARENA, presidente do PDS e principal articulador da derrota da emenda Dante de Oliveira. Essa situação permite que questionemos a eficácia desse processo de redemocratização.
A Assembleia Constituinte e Cidadã
Sessão final da Constituinte de 87-88. Foto: Agência Brasil (arquivo).
Feita essa revisão da ditadura militar, podemos falar da Constituição de 1988, que está vigente até hoje! Em 1986, durante a presidência de Sarney, houve eleições para o Congresso Nacional (deputados e senadores). Os 559 eleitos formaram a Assembleia Constituinte, que elaborou a nova Constituição entre 1987 e 1988. A maioria dos constituintes eram de partidos do chamado Centro Democrático, partidos como PMDB, PFL, PTB e PDS. O presidente da Constituinte foi o deputado Ulysses Guimarães, do PMDB. Entre os constituintes também estavam figuras importantes, como os futuros presidentes Fernando Henrique Cardoso, e .
O resultado de mais de 19 meses de assembleia foi a Constituição de 1988, apelidada de cidadã. É uma das mais extensas constituições já escritas, com 245 artigos e mais de 1,6 mil dispositivos. Mesmo assim, ela é considerada incompleta, pois vários dispositivos que dependem de regulamentação ainda não entraram em vigor. Confira a seguir algumas das principais determinações dessa Carta:
Sistema presidencialista de governo, com eleição direta em dois turnos para presidente;
Transformação do Poder Judiciário em um órgão verdadeiramente independente, apto inclusive para julgar e anular atos do Executivo e Legislativo;
Intervencionismo estatal e nacionalismo econômico;
Assistência social, ampliando os direitos dos trabalhadores;
Criação de medidas provisórias, que permitem ao presidente da República, em situação de emergência, decretar leis que só posteriormente serão examinadas pelo Congresso Nacional;
Direito ao voto para analfabetos e menores entre 16 e 18 anos de idade;
Ampla garantia de direitos fundamentais, que são listados logo nos primeiros artigos, antes da parte sobre a organização do Estado.
No conjunto, a Constituição de 1988 se caracteriza por ser amplamente democrática e liberal – no sentido de garantir direitos aos cidadãos. Apesar disso, nossa Carta atual foi e continua a ser muito criticada por diversos grupos, que afirmam que ela traz muitas atribuições econômicas e assistenciais ao Estado. O presidente na época da promulgação, , chegou a afirmar que ela tornaria o país “ingovernável”, pelo excesso de responsabilidades sobre o Estado. De todo modo, a Constituição Cidadã é considerada por muitos especialistas como uma peça fundamental para a consolidação do Estado democrático de direito no país, bem como da noção de cidadania, ainda tão frágil para a população brasileira.
Você sabia que nós temos um projeto em conjunto com o Instituto Mattos Filho que busca explicar os incisos do artigo quinto da nossa Constituição? Confira o primeiro vídeo, sobre o caput, e, se gostar, não deixe de conferir a página do Artigo Quinto!
Postagem em destaque
Nikolas Ferreira - Vai Pra Cima Do Lul4 e Iof #noticias #viralvideos #ni...
Nikolas Ferreira - Vai Pra Cima Do Lul4 e Iof #noticias #viralvideos #nikolasferreira Link do vídeo https://youtube.com/shorts/iNLbDprH8xE

-
Link da Nova Corretora Bullex: https://trade.bull-ex.com/register?aff=432886&aff_model=revenue&afftrack=IndependenciaFinanceira F...
-
Autoglass A Autoglass é uma empresa que tem como foco duas áreas de negócios. A prestação de serviços junto ao mercado segurador e ...